quinta-feira, 9 de agosto de 2012

judô brasileiro revela ambição para 2016




Com recorde, judô brasileiro atinge meta e revela ambição para 2016

Objetivo é liderar o quadro de medalhas no esporte. Brasil ficou em sexto em Londres, com quatro

03 de agosto de 2012 | 18h 00


LONDRES - Com a medalha de bronze conquistada por Rafael "Baby" Silva nesta sexta-feira, o último dia de competição do judô nas Olimpíadas de Londres 2012, a delegação brasileira conseguiu atingir as suas metas para os Jogos. 
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Rafael 'Baby' Silva conquistou a quarta medalha do Brasil no esporte - Kim Kyung-Hoon/Reuters

Kim Kyung-Hoon/Reuters
Rafael 'Baby' Silva conquistou a quarta medalha do Brasil no esporte
A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) tinha três objetivos em Londres: fazer uma final feminina, ganhar uma medalha de ouro e conquistar quatro medalhas no total. 
Poucos minutos após a medalha de bronze de "Baby", o técnico da seleção brasileira, Ney Wilson, disse aos jornalistas que o objetivo do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos de 2016 será liderar o quadro de medalhas no esporte. 
O Brasil terminou os Jogos de Londres em sexto lugar no quadro de medalhas do judô, atrás de França, Coreia do Sul, Japão, Cuba e França. Para ter a liderança em Londres, o Brasil teria que ter no mínimo dois ouros e uma prata - além do ouro de Sarah Menezes e dos bronzes de Rafael Silva, Felipe Kitadai e Mayra Aguiar. 
METAS 
Wilson revelou que já estava preparado para assumir as críticas por ter divulgado publicamente as metas de medalhas da CBJ, caso Rafael Silva fosse derrotado nesta sexta-feira. 
"Não temos bola de cristal. Temos sim é uma equipe bem preparada. Acredito que poderíamos ter chegado até a mais medalhas, mas foi muito apertado e duro", disse o técnico, que devido ao nervosismo sequer conseguiu assistir às lutas de "Baby" na arquibancada, e preferiu ficar no espaço no ginásio onde os atletas se concentram antes da competição. 
As medalhas de Rafael Silva e seus companheiros foram importantes para a CBJ por estabelecer alguns marcos inéditos no judô brasileiro. Com o bronze de Rafael, o judô do Brasil obteve seu melhor resultado na história dos Jogos Olímpicos, superando as três conquistadas em Los Angeles e Pequim. 
Rafael também tornou-se o primeiro peso pesado a conseguir uma medalha para o Brasil. Após o bronze, o judoca falou sobre as dificuldades que a categoria enfrenta no país. 
"Espero que minha vitória sirva para recrutar mais pesos pesados para treinar nesta categoria", disse o brasileiro, que agredeceu ao apoio da CBJ e de seu clube - o Pinheiros. 
Londres 2012 também foi a primeira Olimpíada em que o judô feminino teve desempenho melhor do que o masculino. Ambas ganharam duas medalhas, mas o feminino teve uma de ouro - o primeiro da sua história. Até então, o Brasil só havia ganhado uma medalha no judô feminino - de Ketleyn Quadros em Pequim 2008. 
"Foi muito bom, mas eu como treinadora sempre quero mais", disse a treinadora, Rosicleia Campos. Ela destacou que nos últimos anos o judô feminino passou a ser tratado sem preconceitos, e que chega às Olimpíadas com condições muito melhores do que no passado. 
Ela disse que não considera Londres 2012 um ponto de virada no judô feminino, mas apenas um "degrau" para um melhor patamar. 
Por fim, com o desempenho em Londres, o judô passa a ser o esporte brasileiro mais premiado em toda a história dos Jogos Olímpicos, com 19 medalhas - três a mais do que a vela e o vôlei (somando-se as modalidades de praia e quadra). 
A ÚLTIMA MEDALHA
"Baby" esteve bem cotado durante a competição para conquistar uma das medalhas, mas desde o começo o favorito era o francês Teddy Riner, que acabou ficando com o ouro no ginásio lotado de torcedores franceses. 
Pela manhã, ele teve uma estreia tranqüila contra o islandês Thormodur Jonsson, aplicando um ippon (ponto máximo do judô) logo aos 1m48s. 
Nas oitavas de final, Rafael Silva lutou com muita cautela, estudando bastante seu adversário, o lituano Marius Paskevicius. O confronto terminou sem pontuações no tempo normal e com uma penalidade para cada lado. No "golden score" (tempo extra, quando a luta acaba quando um atleta faz qualquer pontuação ou recebe punição), em apenas 24s, o brasileiro eliminou seu adversário com um ippon (ponto máximo do judô). 
Nas quartas, Baby foi derrotado pelo experiente russo Alexander Mikhaylin, de 32 anos, por pontuação no "golden score". O russo terminou com a prata no torneio, derrotado por Riner na final. 
Na repescagem, Baby venceu sua difícil luta contra o húngaro Barna Bor. O confronto terminou sem pontos e Baby avançou por decisão unânime dos juízes. Na luta seguinte, valendo o bronze, Rafael ganhou novamente no golden score, contra o sul-coreano Sung-Min Kim, após duas punições por falta de combatividade do rival. 
Além de Rafael Silva, outra judoca brasileira chamou atenção nesta sexta-feira, mesmo sem ter conseguido obter medalhas. Maria Suelen Altheman não estava entre as favoritas quando o torneio começou, mas avançou até a repescagem e só deixou Londres 2012 por perder para duas das melhores judocas da categoria. 
Na categoria de mulheres com mais de 78kg, ela estreou com uma vitória sobre a francesa Anne-Sophie Mondiere, com um wazari ao final da luta. No duelo seguinte, Altheman derrotou Nihel Cheikh Rouhou, da Tunísia, com um ippon a um minuto do final. 
Nas quartas-de-final, no entanto, a brasileira não conseguiu superar a bicampeã mundial Mika Sugimoto, do Japão. A japonesa precisou de apenas 48s para derrotar a brasileira com um ippon. 
Na repescagem, Maria Suelen dominou a adversária Gulzhan Issanova, do Cazaquistão. No segundo minuto da luta, ela botou Issanova no tatame e vibrou muito ao ver o ippon marcado no placar. No entanto, o resultado foi logo revisto, e os juízes decidiram por um wazari. Maria Suelen continuou dominante na luta e ainda ganhou outro yuko, após segunda penalidade dada à adversária. 
No entanto, na luta seguinte, ela foi derrotada por Wen Tong, outras das rivais mais fortes do torneio, com um ippon a um minuto do final. 
O torneio acabou com uma surpreendente vitória da cubana Ortiz Idalys sobre a campeã do mundo Sugimoto. O Japão - país que domina o quadro de medalhas do judô na história - terminou o torneio em apenas quarto lugar, atrás da Rússia, França e Coreia do Sul. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.



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